11 de outubro de 2009

IDENTIDADE DO LÍDER

1Reis 19:15-21 e 2Reis 2: 1-14

Todo e qualquer empreendimento humano, para ser bem-sucedido e obter êxito, necessita de liderança eficaz que, de forma competente, conduza seus liderados à conquista dos objetivos traçados. Por essa razão, os que se destacam em suas áreas de atuação se tornam respeitados e requisitados. No mundo da pós-modernidade existe uma demanda muito forte por este tipo de pessoa que aprendemos denominar de LÍDER. Como poderíamos definir um líder?

Houaiss, em seu dicionário, nos oferece uma boa definição: Líderes são aquelas pessoas cujas ações ou palavras exercem influência sobre o pensamento e o comportamento de outras pessoas.

Deus, em sua soberania e por seu conhecimento de todas as coisas, sempre proveu a seu povo de homens e mulheres que se destacaram como líderes eficientes. Alguém disse com muita propriedade que “líderes não nascem prontos e sim são formados”.

Sobre este importante assunto gostaria de que, com base no ministério do profeta Eliseu, aprendêssemos como Deus forma um líder.

Eliseu foi um homem de muitas façanhas em seu rico e poderoso ministério. Mas, ao observar seu ministério, o que mais me chama a atenção é o seu tempo de aprendizado.

Vejamos um pouco de história: Elias foi um profeta de Deus em Israel no século IX aC. Em dado momento, em seu ministério, o Senhor determinou a ele que ungisse a Hazael como rei da Síria, a Jeú como rei em Israel e a Eliseu como profeta em seu lugar.

Ungir tem um sentido especial na Bíblia, significando separar para o serviço de Deus.

Ao determinar a unção de Eliseu, Deus deu início a um processo em sua vida que culminaria em seu ministério profético.

A grande lição que podemos tirar para nós deste episódio é que tudo tem um começo, um meio e um fim.

Tudo começa com o chamado de Deus. A isso temos denominado de vocação. Deus é a fonte de toda chamada à liderança no meio do seu povo. Foi Deus quem tomou a iniciativa de mandar ungir Eliseu.

A seguir, o chamado é revelado por um agente, que poderá ser o Espírito Santo, uma palavra profética, uma experiência sobrenatural, um fato, um despertamento espiritual ou uma escolha por parte de uma autoridade espiritual, como no caso de Elias a Eliseu. Eliseu recebeu o chamado através do profeta Elias (v.19). Elias foi o agente.

O chamado do líder tem duas fases:

A instantânea – É o que nós chamamos de revelação do chamado de Deus. Foi a ação de Elias em relação a Eliseu ao colocar em seus ombros a capa de profeta que só seria efetivamente sua onze anos mais tarde.

A progressiva – É o período que vai da chamada até o ministério profético.

O processo da formação passa por três estágios:

Desafio – Eliseu foi desafiado por Elias a servir a Deus. Apesar do contato com o profeta Elias, Eliseu não seria obrigado a se desvencilhar de tudo para seguir o chamado de Deus.

A opção – Deus conscientizou a Eliseu através do toque da capa de Elias. Ocorre aqui o que chamamos de batalha. Essa “batalha” acontece na mente daquele que recebe uma comissão para o trabalho de Deus. É uma fase muito importante, pois do resultado desta virá a decisão por aceitar ou não o chamado de Deus.

A decisão – O chamado vai implicar em profundas mudanças na vida, exigindo uma “decisão”, que é a opção de assumir o compromisso de se colocar à disposição para a atuação o Espírito Santo na condução do processo de formação do caráter do líder.

Deus forma a identidade do líder – A formação da nova identidade é um aspecto tão importante ou ainda mais que a própria vocação.

Eliseu era lavrador e cuidava de bois (v.19) – Essa era a sua identidade. Para entendermos um pouco melhor basta fazer uma experiência. Todas as vezes que lhe perguntavam sobre seu oficio ele respondia: lavrador e boiadeiro. Conosco também é assim: para se saber a nossa verdadeira identidade basta responder esta simples pergunta. Na mente de Eliseu só havia terra e boi.

A atitude em relação à formação da nova identidade é determinante na chamada do líder: ela acelera ou retarda a geração da nova identidade. (Mt 8:19-22)

Eliseu adiantou seu processo quando abriu mão dos instrumentos que o ligavam à sua velha identidade, ficando assim mais fácil a assimilação de seu chamado profético que, a partir de então, seria sua nova identidade.

Vamos observar um exemplo: Davi e Saul. Ambos tinham a unção de rei, mas Saul foi reprovado. A diferença é que, enquanto Saul só conseguia pensar em si, sua posição, seu reino e prestígio perante os homens, o coração de Davi sempre se inclinou para Deus.

Eliseu serviu Elias não para tomar o lugar do profeta e sim buscou a mesma unção ministerial. A isto chamamos de caminhar juntos.

Eliseu tomou Elias por seu referencial de vida e de liderança, buscando aprender o caminho para ser um profeta de Deus e, para isto, não deixava Elias nem de dia nem de noite. Ele compreendeu que não havia como ser profeta sem a unção de profeta, v.9, 10.

Eliseu estava resolvido aguardar o seu tempo e, para isso, perseverou em servir a Elias até a ocasião própria de receber das mãos do próprio Elias a capa de autoridade ministerial. Aprendeu a servir dentro do objetivo, sem ultrapassar o limite de Deus em sua vida e, com isso:

Eliseu obteve a unção ministerial por mérito, pois cumpriu o propósito do seu chamado.

Recebeu a unção e o ministério profético ao ver o profeta subir aos céus e acolher seu manto como credencial de Deus para sua vida, assim vencendo o desafio de esperar o seu tempo e o tempo de Deus para si. Como conseqüência, tornou-se um líder reconhecido e de êxito.

Conclusão

Diante do que vimos, podemos fazer algumas afirmações:

A chamada de Deus não tem limites de cumprimento na vida do homem de Deus.

Se quisermos ter êxito como liderança na casa de Deus, necessitamos da formação da identidade de líder e da unção para o ministério.

A resposta para os dias atuais está em um compromisso com o chamado de Deus, a confiança em nós depositada e uma constante busca de fidelidade ao nosso chamado, esperando que se cumpra, para as nossas vidas, o tempo de Deus.

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