11 de março de 2010

LIDERANÇA CRISTÃ: ALGUMAS QUALIDADES QUE DEVEM ESTAR PRESENTES.

Em dias em que se formam pastores desenfreadamente através de vários cursos teológicos no mínimo duvidosos, nem todos é claro, é bom observar algumas orientações que a Palavra de Deus nos traz para aqueles que desejam ocupar tão nobre função da casa de Deus, lembrando que pastorear não é ingressar em uma agência de pregadores, ganhar alguns cartões de visita, um assessor para negociar o cachê e gravar e vender milhares de DVDs.

Jesus, o grande e supremo Pastor (I Pe 5.1), deixou-nos o exemplo de como deve se portar aqueles que desejam ter um ministério bem sucedido como o Seu:

"Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos." (Mateus 20 : 28)

Pastores são constituídos sobre o rebanho para servi-lo: guiando-o, alimentando-o bem, intercedendo por ele, curando as feridas, chorando e gemendo com as ovelhas. Jesus deixou-nos o exemplo, o bom pastor deve dar a vida pelas ovelhas por amor a Cristo, Ele nos ensina assim ( Jo 10.11).

Veja alguns conselhos bíblicos acerca da nobre função que exige compromisso daqueles que a desejam:

“Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” (Tiago 3.1)


"Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja." (I Timóteo 3 : 1)


Quando Paulo deu orientações a Tito para que constituísse bispos sobre a igreja em Creta as suas palavras foram as seguintes:

“Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (Tt 1.1)

“Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.
Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante;
Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.” vv 5-9

“OS presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória” (II Pe 4.1-4)

Por qual motivo deve-se eleger homens com tais valores sobre a igreja do Senhor?
A Palavra de Deus nos responde:

“Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão,
Aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância.
Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos.
Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé.
Não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade. (Tt 1.10-14)

“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.
E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” (II Pe 2.1-3)

Infelizmente nos dias atuais não é difícil encontrar homens, que se dizem de Deus, carentes das qualidades requeridas pelo Senhor.
Aqueles que desejam pastorear o rebanho do Senhor busquem seguir os preceitos bíblicos, a Palavra do Senhor está cheia de orientações para que o cristão seja irrepreensível em sua conduta.
Os que pensam não haver tais qualidades em seus líderes orem para que sejam aperfeiçoados e, onde há “lobos”, para que sejam lançados fora do meio do rebanho de Deus.

A INTEGRIDADE DO LÍDER CRISTÃO E O SEU CARÁTER

"O caráter é superior ao intelecto."

Ralph Waldo Emerson

É impossível pensar em líderes íntegros sem refletir sobre o caráter que esses devem ter.

De forma bem simples caráter são princípios. É o conjunto de qualidades éticas resultam na formação moral de uma pessoa. Líderes íntegros precisam ter princípios corretos. Princípios são aprendidos. Assim sendo, o caráter é construído através de um aprendizado, uma disciplina do espírito que depende do esforço individual, dos meios culturais à disposição dos indivíduos e da ação poderosa do Espírito Santo em nossas vidas. Construir um caráter requer que nos foquemos em nossos valores e ações. Requer mudanças que passam pela transformação do pensamento - e isso é absolutamente difícil, pois acarreta a abrirmos mão de atitudes contrárias à vontade de Deus, ao tempo de tomarmos posições coerentes com a nossa fé e doutrina, de termos forças crescente para buscar idéias e conhecimentos novos a serem adquiridos.

Aqui está o grande desafio! Três razões que justificam essa afirmativa:

1. Os princípios do nosso tempo são essencialmente humanistas;

2. Sabemos que somos pecadores e que o que queremos isso não fazemos e o que não queremos isso fazemos, conf. Rom.7.19. Somos profundamente afetados pela realidade que nos cerca. Existem vários exemplos dignos de serem citados de pessoas na Bíblia que nos demonstram traços positivos em seus caráteres. Por exemplo: A sinceridade de Davi, a determinação de Elias, o altruísmo de Ester, a piedade de José, a incorruptibilidade de Noé, a coragem de Débora, a autenticidade de Paulo, o dinamismo de Pedro, a submissão de Sara, a eficácia de Moisés, e a fidelidade de Abraão.

Mas é claro que todos nós sabemos dos traços negativos dos personagens citados, como somos sabedores de todo o processo de aprendizagem que eles tiveram que experimentar para poderem ser transformados. Sabemos que o nosso padrão absoluto sempre será Jesus. Ele é o nosso alvo. Nosso caráter precisa ser o mais próximo de Jesus.

Para esta palestra quero usar a vida de Abraão como ponto de partida para a nossa reflexão.

A vida de Abraão mostra que qualquer pessoa escolhida por Deus para liderar pode ter falhas de caráter, a questão é se, durante a sua trajetória, ela permite que Deus ajuste o seu caráter ao dele.

Abraão foi um líder que obedeceu a Deus, deixando tudo para trás por causa de uma visão do Senhor. No entanto...

Ele foi um homem que entregou sua esposa duas vezes para outro homem, mentiu, (Gn 12.10-20; 20 1-7) aceitou gerar um filho com uma serva de sua esposa, (Gn16.1-2) e ainda teve de ouvir de um ímpio que ele era um mentiroso (Gn 21.23).

O episódio da morte de Sara mostra os ajustes que Deus havia feito no caráter de Abraão. Havia algumas falhas no caráter de Abraão que foram sendo corrigidas com o tempo.

Depois que Abraão foi chamado de mentiroso por Abimeleque, na negociação dos poços de água, (Gn 21:25) a bíblia não menciona nenhuma fraqueza do seu caráter.

Ao contrário, Abraão faz questão de comprar o terreno para enterrar sua esposa. (Gn 24:4-20).

1. Temos que aprender a firmeza de caráter na adversidade.

"Abraão desceu ao Egito". Ás vezes tomamos decisões erradas pressionados pelas adversidades. Abraão estava vivendo uma situação geral difícil. Seus problemas incluíam uma esposa estéril, a separação de seus parentes, e ainda uma terra seca que não produzia nada. A Bíblia diz em Pv 14:12. "Há caminhos que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte".


Abraão precisava manter-se fiel à direção divina para que as coisas dessem certo e, infelizmente, não conseguiu mediante o medo. È sempre perigoso quando sentimos medo sairmos da direção divina e passarmos a dirigir a nossa própria vida. O caminho para o Egito é sempre ilusório e termina em frustração.

As conseqüências foram às seguintes:

1. O Faraó repreende Abraão.

2. O profeta Abraão é forçado a ouvir Deus através de Abimeleque - ou seja, neste contexto, Abimeleque é o profeta para com Abraão, e não o contrário.

3. Enquanto Abraão esteve fora da vontade de Deus e em terra estranha, não conseguiu construir nenhum altar ao Senhor, como fizera antes. A Bíblia declara que o "ministério da fé é guardado em uma pura consciência".( Hb 10:22)

4. O “outro” recebeu as conseqüências do caráter de Abraão. (Gn 20:3,17-18).

5. Uma família desajustada.

O líder cristão também tem conseqüências em sua vida quando possui traços negativos em seu caráter.

Quais os caminhos de aprendizagem que precisamos trilhar para que o nosso caráter seja aprovado por Deus?

Entre outros penso que quatro caminhos:

1. Temos que aprender que o caráter nos leva à devoção e a devoção cria em nós o caráter.

O caráter nos leva à devoção e a devoção cria em nós o caráter

Quando vivemos um tempo de devoção, estamos nos aproximando de Deus e neste ato o nosso caráter vai sendo trabalhado. Em João 15:5, Jesus diz: “sem mim, nada podeis fazer”. Deus disse assim para Abraão: “anda na minha presença e sê perfeito”. Ele não disse “sê perfeito e anda na minha presença”.

Creio que na medida que vamos andando com Deus, Ele vai moldando o nosso caráter, transformando a nossa vida. Mas não creio que é pelo fato de termos um bom caráter é que temos também necessariamente uma boa vida devocional, mas é certo que quando temos uma boa vida devocional, temos um bom caráter. Falo de uma vida devocional que não seja só de oração e leitura da Palavra, mas, de fato, uma vida de andar com Deus. A Bíblia diz que Enoque andou com Deus... E alguém anda com Deus não porque é perfeito, mas para que possa vir a ser perfeito. Ficamos melhor quanto mais andamos com Deus... A vida cristã não é algo que vem fabricado. O caráter vai sendo trabalhado dia a dia, é um processo.

2. Temos que aprender que o caráter somente é transformado plenamente em Cristo Jesus.

É somente na pessoa de Cristo, que mensagem cristã e vida se fundem numa plena perfeição. Nele habita, verbaliza-se e manifesta-se toda a plenitude do caráter divino (Cl 2.9). Em Cristo o quer e o efetuar se harmonizam e agem através de ações concretas que demonstram verdadeiramente os princípios de Deus. Moody disse que “caráter é o que o homem é na obscuridade”. Por isso necessitamos do sangue de Jesus em nossas vidas.

3. Temos que aprender que não há atalhos para o forjar do caráter de Deus em nossas vida e ministério.

Abraão foi surpreendido pela fome, supondo que o caminho de Deus não incluísse a adversidade. Mas Abraão teve que aprender que Deus designa os testes da vida para desenvolver nossa fé, não para destruí-la.

Em minha opinião, deixar Canaã para ir para o Egito foi uma tentativa de Abraão de encurtar o teste da fome. Deus forçou Abraão a enfrentar Faraó em lugar da fome. Mas, além disso, precisamos ver que, no final, Abraão teve que voltar ao lugar de onde se afastou da palavra revelada de Deus. O último ato de fé e obediência de Abrão foi no altar que ele construiu entre Betel e Ai.

Nós podemos desviar do caminho para o qual Deus nos chamou a andar? Podemos, é claro, mas o caminho nunca será fácil. E, no final das contas, precisamos retornar àquele que deixamos de lado. Não podemos destruir os propósitos e planos de Deus para a nossa vida.

4. Temos que aprender a pedir perdão pelos pecados formados por um caráter distante da vontade de Deus.

Precisamos confessar as fraquezas de nosso caráter. Fred Smith em seu livro O Impacto da Liderança com Integridade diz o seguinte: "A confissão clareia e limpa nosso caráter" (pág 50). E isso certamente deve acontecer em nossas vidas. O caráter de um líder cristão deve ser puro e a pureza vem sempre com a transparência. Devemos lembrar que quando confessamos o que há de errado em nós somos obedientes e a obediência constrói o caráter de uma pessoa de Deus. Quando alguém possui um coração arrependido sinceramente diante de Deus isso faz com que ele caia no erro e fique preso no pecado.

Quero terminar esta palestra com uma frase: "O caráter não pode ser desenvolvido na calma e tranquilidade. Somente através da experiência de tentativas e sofrimentos a alma consegue ser fortalecida, a visão clareada, a ambição inspirada e o sucesso alcançado." Helen Keller.

O CARÁTER DO LÍDER QUE DEUS USA

a primeira característica de um líder que Deus usa , é a santidade. Vimos que “Deus convoca seus filhos à santidade quando aconselha: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.16, Lv. 11.44 e 19.2). O padrão de santidade para o povo de Deus e para os seus líderes é a sua própria santidade e isso é o que leva as pessoas a descreverem um líder como “homem de Deus”.

Desta feita, abordaremos outra característica do líder usado por Deus. Muitos usam a expressão “cheio do Espírito” para designar uma pessoa barulhenta, todavia, barulho não é sinal de rio profundo, ao contrário, é próprio dos pequenos riachos.
Em Atos 6.3 encontramos o requisito para aqueles líderes que deveriam cuidar da distribuição diária (diaconia). A escolha recaiu naqueles homens de boa reputação e cheios do Espírito Santo.
Mas ser cheio do Espírito Santo não é algo que interessa somente aos líderes. Paulo escrevendo aos Efésios recomenda: E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito.
O meu amigo e irmão em Cristo, o teólogo e Pastor Elias Croce interpreta de forma prática e objetiva essa expressão “enchei-vos” e que no Grego “Plerusthe” significa “ide vos enchendo” dando idéia de progressividade nesse enchimento.
Faz o comentarista um paralelo entre o vinho e o Espírito Santo, realçando o benefício para quem se enche do Espírito Santos.
"Enchei-vos", (Ide vos enchendo)...
O Contraste entre o vinho e o Espírito:
a)O vinho degenera - a) o Espírito eleva;
b) O vinho conduz ao deboche - b) o Espírito enobrece;
c) O vinho nos torna bestiais c) o Espírito nos torna celestiais;
d)O vinho causa destruição d) o Espírito constrói.
O Espírito nos faz refletir a glória do Senhor como um espelho (2 Co 3.18). Esse enchimento deve ser contínuo e crescente.
Do Espírito: O Instrumento desse enchimento. O verdadeiro enchimento produz vida cristã triunfante. (Fruto do Espírito, Gal 5.).
Além dessa vida cristã abundante, frutífera e centrada na Graça de Deus, o líder cheio do espírito Santo apresenta três particularidades: Primeiro ele salta de uma vida de medo de falar a verdade e dele se apodera coragem e valentia, não para desafiar os outros, mas para falar intrepidamente como João Batista, como Pedro no Sermão de Pentecostes (Atos
Estevão foi um dos sete que convenceu a igreja de Jerusalém que ele estava cheio “cheio do Espírito”. É surpreendente a tremenda coragem com o qual expressou sua interpretação do Antigo Testamento com relação a Jesus como Messias, assinala o Ver.. Russel Shedd. Estevão sabia que poderia ser morto, como acabou acontecendo, porém, não se acovardou.
O espírito de medo e a liderança não combinam.
Em segundo lugar, o enchimento do espírito e encontrado no zelo e poder evangelístico que Filipe demonstrou em Samaria quando atraia multidões para a mensagem por ele proclamada e que apresentava a Jesus Cristo e muitas pessoas possessas eram libertas da possessão demoníaca e os demônios ao serem expulsos gritavam.
Pense em qualquer dos líderes que revolucionaram o mundo com a pregação do evangelho de Cristo com suas vidas piedosas e com a ação sobrenatural de Deus em todas as suas realizações e certamente concluirá que se tratavam de pessoas cheias do Espírito Santo.
Em terceiro lugar a plenitude do Espírito Santo significa que o líder não é alguém que age sozinho, mas que é assistido divinamente. Cristo disse que o Espírito Santo nos ajudaria e nos faria lembrar de todas as coisas. Todo verdadeiro líder na igreja de Cristo, é guiado pelo Espírito (Rm 8.14).
Que Deus ajude a cada um de nós a buscar essa plenitude do Espírito Santo para que através de uma vida exemplar e plena de virtudes, possa levar as pessoas a glorificarem o Pai por causa das boas obras que contemplam.
***Estudo baseado no livro: O líder que Deus Usa – Russel P. Shedd – Edições Vida Nova.

PROCURA-SE UM CORAÇÃO EM CHAMAS



Wesley L. Duewel
Para o líder cristão, não existe nenhuma alternativa para o Espírito Santo. É necessário que o líder tenha um coração abrasado pelo amor a Deus e aos homens. Como afirmou Dr. George W. Peters: “Deus, a igreja e o mundo estão à procura de homens com corações em chamas – corações cheios do amor de Deus; cheios de compaixão pelos males, tanto da igreja quanto do mundo; cheios de paixão pela glória de Deus, o Evangelho de Jesus Cristo e a salvação dos perdidos”.
“A resposta de Deus”, acrescenta ele, “para um mundo cheio de indiferença, materialismo, frieza e escárnio são corações ardentes nos púlpitos, nos bancos das igrejas, nas escolas bíblicas e nos colégios e seminários cristãos.”
Se você é um líder cristão, e o seu coração não está ardendo em chamas, com toda certeza a maioria dos membros de sua igreja terá um coração morno, que pouco ou nenhum impacto tem sobre o mundo. As nossas comunidades não se impressionam muito com nossos programas e infindáveis atividades. Para ter impacto sobre a comunidade, precisa ter algo além de uma igreja ativista, preocupada em atender e ajudar os visitantes. Precisa ser uma igreja em chamas, liderada por homens que têm o ardor de Deus em seus corações.
Samuel Chadwick, o falecido presidente do Cliff College, da Inglaterra, era uma “sarça ardente”. A partir do momento em que ficou cheio do Espírito, “milagres da graça divina eram realizados através da influência de uma vida que passou a ser incendiada pelo fogo de Deus”. Francis W. Dixon conta como “o poder de sua pregação e a influência moral dos membros de sua igreja foram tão poderosos, que o próprio Chefe de Polícia reconheceu publicamente como a cidade inteira ficara livre de crimes pela influência de homens e mulheres que haviam sido incendiados pelo amor de Deus”.
Dizem que uma vez um colega pastor perguntou a John Wesley, mensageiro do coração ardente, o que devia fazer para aumentar sua igreja. Ele respondeu: “Se o pregador estiver em chamas, todo o mundo virá para vê-lo queimar”.
Um dos biógrafos de Wesley o descreveu como um homem “sempre ofegante, correndo sem parar atrás das almas perdidas”. No túmulo de Adam Clarke, um dos primeiros estudiosos metodistas e um discípulo de Wesley, estão inscritas estas palavras: “Vivendo para os outros, fui totalmente consumido”.
Há um século, T. DeWitt Talmage escrevia: “Hoje, acima de qualquer outra necessidade, nos falta o fogo – o fogo sagrado de Deus, queimando nos corações dos homens, estimulando suas mentes, impelindo suas emoções, emocionando suas línguas, brilhando em seus rostos, vibrando em seus atos, expandindo seu potencial intelectual e fundindo todo o seu conhecimento, lógica e retórica em uma grande corrente inflamada. Que esse batismo de fogo venha sobre nós a fim de que milhares entre nós, que até hoje não passaram de ministros fracos e convencionais, sem qualquer contribuição marcante e que seriam facilmente esquecidos da memória da humanidade, sejam transformados em poderosos instrumentos de Deus”. Essa descrição continua tão válida hoje quanto naquela época.
Alguns anos atrás, quando a Polônia vivia sob o regime comunista, um soldado polonês comentou com o Dr. Harold John Okenga: “Existe na Polônia uma corrida entre o comunismo e o cristianismo. Aquele que conseguir transformar sua mensagem em uma chama de fogo ganhará”.
Um cristianismo sem paixão não conseguirá apagar as chamas do inferno. Para combater o fogo de uma floresta é necessário iniciar um outro incêndio para ir ao seu encontro. Um líder apático nunca conseguirá inflamar os outros. E um líder jovem sem ardor, como poderá acender a chama no coração dos outros jovens? Enquanto não formos inflamados, não conseguiremos alcançar o coração das pessoas. O bispo Ralph Spaulding Cushman orava:
Inflama-nos, Senhor, sacode-nos, nós te suplicamos!
Enquanto o mundo perece, nós, indiferentes,
Seguimos o nosso caminho
Sem rumo, sem paixão, dia após dia
Inflama-nos, Senhor, sacode-nos, nós te suplicamos!
Não há uma necessidade maior que essa em nossas igrejas e escolas hoje. Não basta ter uma fé cristã e bíblica; temos de ser possuídos por Cristo, totalmente tomados por seu amor e sua graça, inteiramente inflamados por seu poder e glória. Cada pequenina parte do nosso ser, como diz certo hino do passado, precisa estar incandescente com o fogo divino. Não é suficiente ter a lenha, não é suficiente ter o altar, não basta ter o sacrifício – precisamos do fogo! Oh, fogo de Deus, desce novamente sobre nós! Faz-nos arder, Senhor, inflama-nos totalmente!
Se quisermos ser uma força irresistível para Deus, no lugar onde ele nos colocou, precisaremos do batismo de fogo do Espírito Santo. Se quisermos despertar nossas igrejas sonolentas, precisaremos que aquele fogo, que veio sobre cada um que esperava no cenáculo no dia de Pentecostes, desça agora sobre nós. Você precisa disso, e eu preciso disso.
Num comovente artigo, intitulado “Queima Incessantemente, Fogo de Deus”, T. A. Hegre escreveu: “É de fogo que precisamos, fogo para derreter nossas emoções geladas e passivas, fogo para nos impelir a fazer algo em favor daqueles que descem diariamente à sepultura sem Cristo. Incontáveis milhões estão morrendo sem que ninguém lhes tenha falado do Evangelho, porque nós cristãos estamos apagados. Precisamos de fogo, do fogo do Espírito!”
Não precisamos de fogo fanático ou humano, que não glorifica o nome santo do Senhor. Precisamos é do fogo sagrado, daquele fogo que o Espírito traz e que usa para nos batizar. Precisamos do fogo e do zelo da igreja primitiva, quando praticamente todos os cristãos estavam prontos, se necessário fosse, a se tornarem mártires por Cristo.
Num sermão contundente, John R. Rice censurou nossa falta de fogo. “Ouçam, não são os pecadores que são duros. O problema de dureza está no coração dos pregadores. Os professores das escolas bíblicas, os diáconos, os obreiros e os superintendentes é que são duros. É mais fácil salvar uma alma e converter um bêbado ou uma prostituta do que inflamar um pregador para ganhar almas.”
George Whitefield foi grandemente usado por Deus, junto com John Wesley, quando viraram a Inglaterra de ponta-cabeça e, pela graça de Deus, evitaram que as Ilhas Britânicas passassem por uma réplica da Revolução Francesa. Diziam a respeito de Whitefield: “Desde o tempo em que começou a pregar, ainda garoto, até à hora de sua morte, nunca deixou que sua paixão se abatesse. Até o final de sua notável carreira, sua alma foi como uma fornalha ardente de dedicação em favor da salvação dos homens”.
Sua alma como uma fornalha ardente! Ah, aqui está o segredo! O problema trágico é que estamos tentando conduzir o povo de Deus com corações que nunca foram inflamados ou que perderam o ardor. Elias orou até o fogo descer sobre o monte Carmelo. E, então, os apóstatas caíram de joelhos e clamaram: “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” (1 Rs 18.39).
Pode o fogo da Shekiná, que fez chamejar a sarça no deserto, atear fogo em nossos corações, até que sejamos sarças ardentes por Deus? (Êx 3.1-3). O fogo da Shekiná no monte Sinai difundiu-se pelo corpo de Moisés até que sua face refletisse a glória de Deus (Êx 34.29,30). Podemos nós nos aproximarmos de Deus até que o fogo da Shekiná comece a transfigurar nossos vasos de barro e as pessoas possam ver o reflexo da glória de Deus sobre nós e em nós?
Pode o fogo da Shekiná, que Ezequiel viu afastar-se passo a passo de Israel, voltar para nós hoje? (Ezequiel, capítulos 10,11). Ele voltou sobre os 120 que se encontravam no mesmo lugar, no cenáculo (At 2.1-21). Se precisássemos passar dez dias para buscar a face de Deus, seríamos mais do que recompensados se no final fôssemos inflamados por ele.
Mas esse batismo não vem por meio de esforços, méritos ou simulações. Só Deus pode batizar com fogo. Só Deus pode enviar a Shekiná. Só Deus pode satisfazer suas necessidades e as minhas. Já labutamos muito tempo sem esse fogo. Temos ficado muito aquém da glória de Deus, por causa da falta dele. Temos deixado nossas igrejas praticamente impassíveis, inalteradas, por falta da chama.
Nós não podemos acender esse fogo. Não podemos criá-lo por nós mesmos. Mas podemos humilhar-nos diante de Deus, com toda a honestidade e lisura, e confessar nossas carências. Podemos buscar a face de Deus, até que sua poderosa lanterna alumie nossos corações e nossas vidas e mostre o que neles nos impede de sermos capacitados e cheios de sua vida.
O fogo santo de Deus desce somente sobre os corações preparados, obedientes e famintos. Talvez a necessidade que está por baixo de todas as necessidades é que não estamos suficientemente famintos ou sedentos, nem somos intensos em nosso desejo.
“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem” (Lc 11.13).

OS DEVERES DO LÍDER CRISTÃO



I. Sua responsabilidade é:
1- Liderar
2- Orar para Deus prosperar
3- Usar autoridade
4- Proceder com:
4.1- Prudência
4.2- Sabedoria
4.3- Amor

II. Ser um exemplo de:
2.1- Comportamento
2.2- Pontualidade
2.3- Perseverança
2.4- Fé
2.5- Apresentação
2.6- Coragem

III. Saber Conduzir:
3.1- Um Culto
3.2- Um trabalho
3.3- Os novos crentes
3.4- Exortar os irmãos ao trabalho e freqüência

IV. Promover:
4.1- Festividades
4.2- Avivamentos
4.3- Campanhas
4.4- Fraternidade

V. Distribuir:
5.1- Trabalhos
5.2- Responsabilidades
5.3- Tarefas
5.4- Fiscalizar

VI. O líder deve:
6.1- Ser fervoroso
6.2- Colher experiência
6.3- Aperfeiçoar seu trabalho
6.4- Estar preparado para tudo na obra
6.5- Observar aptidão e dons dos irmãos
6.6- Consagrar sua vida
6.7- Levar o povo à consagração
6.8- Ler e estudar a palavra
6.9- Preparar-se para cada trabalho
6.10- Cuidar do patrimônio da Igreja
6.10.1- Lâmpadas
6.10.2- Pintura
6.10.3- Limpeza
6.10.4- Rachaduras
6.10.5- Goteiras
6.10.6- etc.

VII. Visitar os:
7.1- Novos Crentes
7.2- Ausentes
7.3- Enfermos
7.4- Atribulados
7.5- Feridos
7.6- Envenenados pelas heresias
7.7- Embaraçados

VIII. Cuidar de debelar o mais rápido possível, toda:
8.1- Rebeldia
8.2- Fofoca
8.3- Libertinagem
8.4- Heresias
8.5- Desordem
8.6- Discussão
8.7- Contenda

IX. O líder não deve:
9.1- Abraçar precipitadamente as idéias e sugestões
9.2- Temer seus liderados
9.3- Expor o escândalo
9.4- Tomar partido
9.5- Defender por interesse
9.6- Permitir suspeitas
9.7- Fazer dívidas sem autorização do presidente
9.8- Deixar para outrem a responsabilidade de ajuda financeira
9.9- Fazer dívidas sem te a certeza de que poderá saúdá-las
9.9- Deixar de observar e fiscalizar os trabalhos dos seus obreiros

X. É necessário o líder fazer reuniões periódicas para:
10.1- Ouvir
10.2- Traçar trabalhos
10.3- Pedir sugestões
10.4- Avaliar seu trabalho

XI. O líder deve cooperar com seu superior:
11.1- Concordando
11.2- Apoiando
11.3- Esforçando-se
11.4- Apresentando sugestões
11.5- Defendendo
11.6- Amando
11.7- Honrando

XII. O líder deve:
12.1- Honrar os irmãos
12.2- Respeitar as irmãs
12.3- Dar assistência a sua família
12.4- Exercer influência no seu lar

Fonte: Manoel Paulino