28 de janeiro de 2010

O LIDER CRISTÃO E OS PERIGOS DA AMBIÇÃO



O Ministério Cristão é uma área de atuação potencializada pelo uso e exercício legítimo de dons e poderes, inclusive o poder de ordem espiritual concedido ao líder cristão. Pelo fato de estar sempre utilizando os dons e o poder que lhes foram outorgados por Deus, faz-se necessário que o líder esteja atento a algumas áreas vulneráveis e abertas à tentação, a fim de que não seja seduzido pela ambição. Até mesmo o Senhor Jesus foi atingido por Satanás nessas áreas de vulnerabilidade. Tais tentações procuram seduzir o homem em quatro diferentes aspectos:

1 - A Sedução do Imediatismo - “Manda que estas pedras se transformem em pães” - Mt. 4.3. Jesus estava com fome. “Supra a sua necessidade física”, foi a sugestão de satanás.

A tentação para ser imediatista visa atender às necessidades daquele momento, sem se preocupar com suas conseqüências. É uma tentação muito sutil, pode ser confundida até com um chamado divino, afinal, Deus quer que alimentemos o povo, quer que sejamos produtivos e eficientes em nosso trabalho. É preciso elaborar soluções de longo prazo, e evitar a todo custo a tentação de se obter sucesso fácil e imediato, pois o ministério cristão visa transformar vidas por meio da pregação e ensino sistemático da Palavra de Deus, e isso, às vezes, demanda tempo e muito esforço.

2 - A Sedução do Espetacular - “Então o diabo O levou à cidade Santa, colocou-O sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se tu és filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: aos seus anjos ordenará a teu respeito, para que te guardem” - Mt. 4.5,6.

Somos seduzidos a crer que o culto realizado na igreja relevante, bonito, e só teve valor pelo fato de que o templo estava lotado. Convidamos celebridades que provocam uma corrida das pessoas às reuniões para se deslumbrarem com os convidados. E ainda nos gabamos exaustivamente de termos diversos horários de cultos. Nossa ânsia pelo espetacular é mais uma manifestação de nossa busca por identidade. Devemos envidar todo esforço necessário a fim de não fazermos uso indevido dos dons e do poder que Deus nos delega para promovermos espetáculos que não glorificam o nome de Jesus.

3 - A Sedução do Poder - “Levou-O ainda o diabo a um monte alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, e lhe disse: Tudo isso te darei se prostrados me adorares” - Mt. 4.8,9.

Imaginamos que se não galgarmos posições e não formos influentes na política eclesiástica, nosso trabalho não será eficaz e relevante. A grande questão é se o nosso ministério está focado em Cristo e Sua glória. Se estivermos olhando para Jesus, não precisamos manipular circunstâncias, nem entrar em disputa pelo poder.

4 - A Sedução dos Ideologismos - Lc. 22.1-6 e Mt. 27.1-5.

É a constante tendência de se confundir e misturar o projeto do Reino de Deus com sonhos e projetos particulares, sobretudo humanos. Quando isso ocorre, tornamo-nos ideologisados e procuramos utilizar Deus e Seu poder para estabelecermos nossa visão pessoal. Judas Iscariotes projetou para Jesus seu sonho particular de libertar a Palestina do jugo de Roma. Acompanhou Jesus por três anos e meio e, não percebendo a vontade e deliberação do Nazareno em consumar esse seu plano, arquiteta a trama na tentativa de desencadear uma revolução contra Roma. Então, por causa de sua ideologia, Judas passou à história como traidor de Jesus. Certamente, não passaremos pela vida totalmente imunes a essas tentações, especialmente se formos conduzidos à posição de líderes influentes na obra do Mestre. Tais tentações são fortes pelo fato de atingirem nossa ambição. Quando percebemos que podemos servir ao Senhor com coração puro e autêntico, então somos verdadeiramente livres. Essa liberdade provocará uma alegria intensa em servir a Deus com um coração inteiramente consagrado a Ele. E essa será a nossa maior recompensa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário